quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nomeando os elementos químicos

O texto a seguir foi retirado do Livro: “Tio Tungstênio - Memórias de uma infância química” de Oliver Sacks – Editora Companhia das Letras p. 66-67

Nesse livro, Oliver Sacks narra sua memória de infância, através da admiração por seu Tio Dave, o Tio Tungstênio assim chamado por ser fabricante de lâmpadas com esse metal. Nessa parte escolhida Oliver narra uma visita ao Museu de Geologia em Londres e o seu conhecimento sobre os nomes dos cristais e dos elementos químicos.


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000400030&script=sci_arttext

...”Muitos elementos haviam recebidos os nomes do foclore ou da mitologia, o que às vezes revelava um pouco de sua história. Cobalto provinha de kobold, um duende ou espírito mau; níquel origina-se de nickel, ou diabo; ambos eram termos usados por mineiros saxões quando os minérios de cobalto e níquel se mostravam traiçoeiros, não se prestando ao que se esperava deles. O tântalo suscitava visões de Tântalo atormentado no inferno pela água que se afastava toda vez que ele se curvava para bebê-la; li que esse elemento recebeu seu nome porque seu óxido era incapaz de “beber água”, ou seja, de se disolver em ácidos. O nióbio devia seu nome à filha de Tântalo, Níobe, porque esses dois elementos eram sempre encontrados juntos

Outros elementos tinham nomes retirados da astronomia. Havia o urânio, descoberto no século XVIII e batizado com o nome do planeta Urano; alguns anos mais tarde, o paládio e o cério ganharam seus nomes em homenagem aos asteróides recém-descobertos Palas e Ceres. O telúrio tinha um belo nome grego, e nada mais natural que, ao ser descoberto seu análogo mais leve, ele recebesse o nome de selênio, como a Lua.

Encantava-me ler sobre os elementos, como haviam sido descobertos, conhecer não só os aspectos químicos, mas também o lado humano do empreendimento; tudo isso, e muitas outras coisas, aprendi em um livro fascinante publicado pouco antes da guerra por Mary Elvira Weeks, The discovery of the elements. Nesse livro obtive uma vívida idéia da vida de muitos químicos, da grande variedade, e às vezes excentricidade, de caráter que eles encerravam. E ali encontrei citações de cartas de químicos antigos, que falavam dos momentos de empolgação e desalento no tateante caminho para suas descobertas, da ocasional perda de rumo , dos becos sem saída e da tão esperada concretização do objetivo.”...

Faça uma narrativa explicando o significado do seu nome e porque foi escolhido por seus pais. Depois conte se você descobrisse um novo elemento químico qual nome daria e por que.

Caracterizando os Elementos Químicos



Apropriei de uma idéia da Maria do Carmo Galiazzi de como produzir um jogo, tivemos essa conversa no EDEQ 2007 - Erechim. A proposta é propor a classificação dos elementos químicos para os meus alunos que a priori nunca viram uma tabela periódica.
No dia anterior eu pensei que não iria dar certo. Mas a proposta na turma 81 foi bem acolhida. Eles pensaram muito, ficaram bem concentrados. O mesmo aconteceu com a turma 80. Na verdade eles adoraram fazer isso.
Primeiro eu os lembrei da atividade da 6ª série, onde eles tinham que usar um critério para classificar diferentes botões. Na época eles usaram, número de furos, cor, material, tamanho e muitos outros.
Como entreguei a relação dos elementos com o número atômico, símbolo e nome. A grande maioria usou o critério ordem alfabética dos símbolos. Mas foram bem criativos na organização.
Depois vimos mais um filme da série do "Mundos Invisíveis" do Marcelo Gleiser no Fantástico.



domingo, 11 de maio de 2008

Questionário devo abolir?

No 3º encontro com a turma 80 fiz a leitura e o questionário mesmo que o pedido não tenha vindo da sala deles. Alguns alunos manifestaram contentamento com a atitude, depois reclamaram das perguntas que não estavam no texto.

Os Alquimistas e Cientistas

No 4º encontro com a turma 81 passei o filme dos Alquimistas e dos Remédios (da mesma série do Marcelo Gleiser). Problematizei a questão da necessidade de ouro e do elixir da longa vida, com a época histórica dos alquimistas e a relação com a época atual. Foi muito interessante ver esse movimento do pensar, do refletir, de um tentar completar o pensamento do outro e ao final chegar a uma conclusão que denomino provisória. Depois ouvimos a música do Jorge Ben Jor e falamos sobre a personalidade e os fazeres dos alquimistas. Depois eles escreveram: “Minha vida de Alquimista.”

No 2º encontro com a turma 80, apresentei os filmes sobre os Alquimistas, problematizei. Depois foi a música. Diferente da outra turma, eles riam e faziam caretas enquanto a música tocava, vi logo que não estava agradando, mas continuei com meu propósito. Não chamei a atenção deles pelo o que eles estavam fazendo.

O interessante foi quando eu pedi para fazer o texto, eles reclamaram muito, diziam que não entendiam que era complicado. Explique várias vezes, alguns faziam e vinham me mostrar, eu via que eles estavam falando da sua vida, não se imaginavam alquimistas. Falava para toda turma, explicava novamente que eles tinham que se imaginar alquimistas. Alguns pediam para eu iniciar o texto na lousa e depois eles continuariam, claro que não fiz isso!

Isso me intrigou, porque eles tiveram tanta dificuldade e a outra turma não, peguei os textos da outra turma e vi que somente 4 alunos de 25 falavam dos alquimistas...Minha decisão foi o seguinte, conversar individualmente com cada aluno e pedir para refazer o texto.

Os Alquimistas estão chegando

No 4º encontro com a turma 81 passei o filme dos Alquimistas e dos Remédios (da mesma série do Marcelo Gleiser). Problematizei a questão da necessidade de ouro e do elixir da longa vida, com a época histórica dos alquimistas e a relação com a época atual. Foi muito interessante ver esse movimento do pensar, do refletir, de um tentar completar o pensamento do outro e ao final chegar a uma conclusão que denomino provisória. Depois ouvimos a música do Jorge Ben Jor e falamos sobre a personalidade e os fazeres dos alquimistas. Depois eles escreveram: “Minha vida de Alquimista.”

No 2º encontro com a turma 80, apresentei os filmes sobre os Alquimistas, problematizei. Depois foi a música. Diferente da outra turma, eles riam e faziam caretas enquanto a música tocava, vi logo que não estava agradando, mas continuei com meu propósito. Não chamei a atenção deles pelo o que eles estavam fazendo.

O interessante foi quando eu pedi para fazer o texto, eles reclamaram muito, diziam que não entendiam que era complicado. Explique várias vezes, alguns faziam e vinham me mostrar, eu via que eles estavam falando da sua vida, não se imaginavam alquimistas. Falava para toda turma, explicava novamente que eles tinham que se imaginar alquimistas. Alguns pediam para eu iniciar o texto na lousa e depois eles continuariam, claro que não fiz isso!

Isso me intrigou, porque eles tiveram tanta dificuldade e a outra turma não, peguei os textos da outra turma e vi que somente 4 alunos de 25 falavam dos alquimistas...Minha decisão foi o seguinte, conversar individualmente com cada aluno e pedir para refazer o texto.

Encontros e desencontros

Na 2º encontro da aplicação da UA com a turma 81, falei do tema gerador, mostrei o filme “Do que tudo é feito?” fiz a mesma problematização que fiz na 80, eles se colocaram pouco, eu ainda os acho sem muito envolvimento com a UA, não consigo entender porque?

Por motivo de organização da escola, houve o pré-conselho, o 2º encontro com turma 80 passou para a semana seguinte.

No 3º encontro com a turma 81, planejei trabalhar com o filme do Marcelo Gleiser sobre os alquimistas, mas ainda devido ao pré-conselho, não pude usar a sala de vídeo. Como alguns alunos pediram questionário, decidi usar o livro didático adotado na escola para assim treinarmos a leitura e fiz algumas perguntas que não estavam no texto e sim relacionadas ao texto. A leitura foi sobre o que é química e suas utilizações em diversas áreas.

Modelos Invisíveis

A mesma atividade na turma 80 foi diferente o desenvolvimento e a reação dos alunos. Coloquei a mesma frase na lousa, eles ficaram em silêncio, apesar da provocação eles não queriam falar. Depois de um tempo eles arriscaram o conceito de matéria, eu fiz a mesma problematização do ar e da cadeira.Como não tinha ficado satisfeita com o andamento da atividade dos modelos invisíveis com as caixas, nessa turma iniciei com o filme de 8 minutos, intitulado “Do que tudo é feito?” do Marcelo Gleiser que passou no Fantástico. O filme de uma forma bem didática mostra o pensamento filosófico sobre a constituição da matéria de Tales, Heráclito, Leucipo, Demócrito e Aristóteles o interessante é que ele faz uma relação com a tecnologia moderna, isso mostrado no Japão onde a população é apaixonada pelo Hi Tech e exemplificado com robôs. Após o filme dialogamos sobre a tecnologia e o tema gerador da UA, telefones celulares, eles gostaram muito.Também sobre a construção de rôbos para conversar com idosos e a questão da afetividade.Problematizei o porquê de Tales pensar na água e Aristóteles no fogo. Eles relacionaram ao que é visto, foi bom porque relacionei com a atividade das caixas.

Perguntei: Vocês ficaram satisfeitos com os conceitos apresentados sobre “Do que tudo é feito?”

Eles disseram que não. Assim tive mais um conceito para relacionar com a atividade das caixas. Essa turma se organizou bem em grupos. Mostraram muito mais atenção, curiosidade e vontade de fazer a atividade. O que os indignava era saber que as caixas não seriam abertas e que eu não iria perguntar para as meninas que fizeram o que tinha dentro.

Diferente da outra turma os alunos estavam concentrados no que faziam, quase não precisei fazer perguntas para que eles pensassem na atividade, eles dialogavam bastante entre si, perceberam sozinhos a necessidade do uso da percepção do som e do tato. Acredito que o filme e a exposição de qual era o tema gerador fez essa turma se envolver mais na atividade.

Do que tudo é feito?



Iniciei no dia 22 de abril com a turma 81. Quando cheguei, a curiosidade foi muita, pois eu estava com uma sacola cheia de caixas pretas e eles fizeram muitas perguntas, mas decidi não falar nada.

Cabe colocar que nesse horário de aula eu preciso levá-los a merenda, no CAIC ela é separada do recreio. A aula inicia as 9h30 min, mas preciso levá-los para merendar por 15 minutos, não me agrada essa organização, mas vejo que para o andamento da escola é bom. Essa questão da merenda no início da aula faz com que os alunos voltem para a sala, dispersos sem vontade de estudar, afinal, mais 30 minutos já é o recreio.

Mesmo assim resolvi apostar no início da UA. Enquanto eles iam entrando na sala, escrevi na lousa bem grande: DO QUE TUDO É FEITO?

No início eles não percebiam nada, depois falavam: o que é isso professora? É para copiar? É matéria nova?...

Eu, quieta! Só esperando. Percebi que esse meu silêncio fez com eles percebessem que algo diferente ia acontecer, mesmo porque as caixas aguçavam muito a curiosidade.

Pouco a pouco começaram a me olhar com rostos de interrogação (acho que foi após uns 5 minutos), eu fiz a pergunta da lousa, muitos quiseram falar, mas junto com outro, eu pedi organização, assim alguns foram falando: matéria...peso...massa... Gostaria de ressaltar que por demorar em criar a UA, dei o conceito de matéria para eles.

Disse que não estava errado, mas perguntei: O ar é matéria então porque é diferente da cadeira que também é matéria?

Eles ficaram pensando, um bem sabido disse: tem a ver com as caixas pretas de presente que vamos ganhar?

Eu disse que sim, mas que eles não iriam ganhar, eram emprestadas e que era para uma atividade.

Expliquei a atividade, eles se separaram em grupos, alguns não queriam se agrupar eram duas duplas e um aluno, eu não interferi sempre acho que eles têm que resolver essa questão sozinhos. Distribuí as caixas para os grupos, sobrou só uma caixa e não daria para dividir em três, eles acabaram se juntando e foram bem depois.

No início eles queriam adivinhar o que tinha dentro, indaguei se era isso que queríamos aos poucos cada grupo foi pensando e chegando a boas conclusões, sobre o som conforme o movimento da caixa, sobre o que sentiam pelo tato, e várias outras. Eles escreveram sobre isso.