quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Luz

Partindo do tema gerador, telefone celular, pensei em abordar um pouco de óptica. Como já pensava no "para que" abordar, minha reflexão era o que realmente seria importante para o ensino fundamental. Pensei então em qual seria a construção do modelo físico de óptica interessante para que os alunos relacionassem fenômenos simples de óptica do dia a dia e da tecnologia dos celulares. Optei por apresentar as características da luz que se propaga em linha reta; problematizar a velocidade da luz; fazer experimentos que mostram a emissão e reflexão da luz; características das cores; funcionamento e percepção luz pela visão e no sistema nervoso.
Para iniciar mostrei o filme "Einstein e a Relatividade" que faz parte da série "Mundos Invisíveis" do Marcelo Gleiser que passou no Programa Fantástico. Após o filme discutimos a questão da luz ser onda ou fóton, de uma maneira básica, a linguagem do filme é acessível e permitiu entender que a luz como os físicos colocam pode ter também características de máteria.

Consumo de Energia

Para finalizar as atividades de eletricidade, fizemos uma discussão sobre a relação da eletricidade e o modo de vida das pessoas. Dialogamos sobre elementos de um circuito elétrico simples; cuidados e riscos no uso da eletricidade; uso racional e desperdício de energia:medida do consumo de energia elétrica; choque elétrico: seus efeitos fisiológicos e ligados ao sistema nervoso e por fim como manipular, com segurança, aparelhos e circuitos elétricos.
Para essa atividade, pedi que os alunos pesquisassem previamente em manuais de aparelhos elétricos e trouxessem as contas de energia elétrica.
Poucos se motivaram com a proposta, mas mesmo assim os que não fizeram a tarefa envolveram com perguntas mais relacionado aos choques.
Com relação a "conta de luz" alguns me disseram que não têm, minha conclusão é que são as ligações clandestinas, os famosos "gatos". Problematizei essa questão e eles defendem que quem não têm dinheiro pode fazer o "gato", provoquei dizendo que assim as outras pessoas acabam pagando o consumo destes que não pagam, mas eles continuaram inflexíveis, dizem que quem pode tem que pagar por aquele que não pode pagar. Percebi que essa questão é polêmica e faz parte da cultura deles.
Muitas contas recebem o benefício de desconto da CEEE (Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica) chamada de tarifa social que é dada a famílias de baixa renda com a seguinte característica, residencial monofásica com média mensal de consumo (calculado com base nos últimos 12 meses) entre 0 e 80 kWh e que não apresente nesse periodo mais de um consumo superior a 120 kWh.

A proposta de desconto para o consumo residencial é a seguinte:

Redução
Consumo mensal até 30 kWh 65,60%
Consumo mensal de 81 A 100 kWh 40,00%
Consumo mensal superior a 160 KWh 0,00%
Consumo mensal de 31 a 80 kWh 40,05%
Consumo mensal de 101 A 160 kWh 10,00%

Aprendi muito nessa atividade, uma das aprendizagens é que eu pensava que a tarifa social era um valor fixo ao ver que cada conta para os mesmo valores de consumo tinha uma tarifa diferente, fui buscar a proposta de desconto para entender. Outra é relacionada a questão das ligações clandestinas, apesar da questão ética, os alunos admitem e caracterizam como uma "justiça social".

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A Evolução Cósmica

Para responder a pergunta do Everton que ao meu ver ficou incompleta na aula anterior, resolvi apresentar o Filme: "Evolução Cósmica do Começo ao Fim" distribuído pela editora Dueto junto com Scientific American Brasil e produzido pela York Films of England em 2007 com 60 min. Através de imagens e animações o filme teoriza sobre o passado e o presente através do Big Bang. Faz uma viagem pela Via Láctea e por buracos negros, e mostra pela concepção das leis físicas como tudo terminará um dia, com o fim do Universo.Mais informações em http://www2.uol.com.br/sciam/exploracaodoespaco/
A partir destes conceitos físicos sugeri a produção textual " Há vidas em outros planetas?"
Muitos relacionaram a produção de matéria pela Big Bang com outras estrelas e outras galáxias e a possibilidade de vida em outros planetas, outros alegaram que por questão religiosa não poderiam aceitar vida em outros planetas, alguns usaram argumentos que se existissem seres em outros planetas os astronautas "falariam".
Isso me mostrou o quanto para temas polêmicos o posicionamento de cada um depende dos valores, crenças e criticidade de cada aluno.
O diálogo após a entrega das produções textuais girou em torno da defesa dos argumentos usados. Percebi que os que alegavam questões religiosas não defendiam oralmente a sua tese e ficavam na defensiva somente afirmando que não havia e pronto.
Gostei muito dessa atividade, apesar de parecer que não está relacionado aos telefones celulares (nosso tema gerador) minha leitura é que quanto a posição em relação aos temas científicos é importante a polêmica para que os alunos pensem criticamente sobre as informações que recebem.

A Carga Elétrica e a Estrutura dos Átomos

Para completar o estudo sobre cargas elétricas e a organização interna dos átomos propus a leitura do texto: "A Carga Elétrica e a Estrutura dos Átomos" da página 56 do Livro Didático - Construindo consciências: Ciências, 8ª série - 1. ed. - São Paulo: Scipione, 2006 de autoria do grupo APEC - Ação e Pesquisa em Educação em Ciências. Este texto aborda a eletrização a partir de modelos e o desenvolvimento histórico de forma simplificada até chegar ao modelo atômico de Rutherford.
O texto gerou várias discussões entre elas:
- o que é visível existe e o que invisível não existe;
- porque a Ciência constrói e utiliza modelos;
- propriedades dos materiais em isolar ou conduzir corrente elétrica.

Nessa aula o aluno Everton perguntou como surgiu a "primeira matéria". Respondi que foi através da origem do Universo e planejei a próxima atividade com base nesse conceito teórico.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Eletrizando

Com o objetivo de continuar construindo modelos e introduzir aspectos da natureza elétrica dos átomos e das partículas que o constituem, essa atividade apostou na experimentação de eletrização por atrito. As atividades foram: eletrização com lã de bolas de borracha e da parte plástica de canetas. Os alunos fizeram as experimentações, observaram fenômenos de repulsão e atração, depois produziram textos explicando a atividade. Percebi que esse tipo de atividade atraiu a atenção, produziu discussão e curiosidade pelos alunos. Os textos produzidos mostram que o modelo de diferentes cargas elétricas (positivas e negativas)é familiar aos alunos que é (re)significada ao ser observado na prática de forma organizada e com características científicas. Um dos conteúdo conceituais trabalhado foi o fenômeno eletrostático. O conceito de transferência de elétrons e eletrização fez a ligação entre o modelo atômico de Rutherford (a grosso modo) e os fenômenos elétricos que podem ocorrer no telefone celular. Conteúdos atitudinais como escuta do outro e observação,procedimentais de trabalho em grupo e autonomia também foram caracterizados nessa atividade.
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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Eletricidade

Decidi usar os filmes do Beakman para mostrar o que é e como funciona a eletricidade. Gostei da escolha. Os alunos se interessaram pelo assunto. O filme é esclarecedor e os alunos dialogaram bastante sobre o que aprenderam e o que conhecem. Queriam saber sobre choques e raios, perguntei o que eles sabiam e depois falei o que eu sabia.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Modelos atômicos

Nessa atividade após os alunos assistirem dois vídeos. Um sobre modelo atômico e outro sobre as características dos elementos químicos, dialogamos a partir de uma tabela periódica as famílias e períodos.
Percebi que após muitos anos como professora de química, ficou muito mais claro o que é um modelo, mesmo que seja invisível. O que penso é que as atividades de construção de modelos invisíveis e a atividade da descrição do que há na caixa preta, ajudaram nessa construção do conhecimento.
Para a aula eu trouxe ímãs com pólos opostos, os alunos manipularam e observaram a atração e repulsão das cargas. Também foi uma ação que ajudou muito para entender o modelo atômico.
Os alunos (da turma 80) perguntaram sobre porque os elétrons ficavam em movimento e os prótons não. Problematizei fazendo sobre perguntas do que poderia levar a essa aos prótons não serem atraídos pelos elétrons e estarem em movimento, algumas conclusões que os alunos chegaram foram os elétrons poderiam estar a uma distância que não poderia atrair os prótons. Outra ficou relacionada aos nêutrons que segundo os alunos faria uma "capa" para os prótons. Percebi que apesar de só mostrar os ímãs os alunos construíram um conhecimento sobre magnetismo e relacionaram ao modelo atômico comparação de distância ajudaram nessa questão.
Começei a introduzir as função dos elétrons, para dialogarmos sobre eletricidade, outro conceito importante para chegarmos ao celular.


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Desenhando o invisível



Esta atividade foi realizada em 10 e 11 de junho de 2008. Para desenhar o invisível, fizemos duas experimentações. Uma com bexigas e tubos de ensaio. Que quando colocado em água quente movimenta o ar dentro do tubo e eleva a bexiga.
Na segunda experiência com uma seringa de injeção com o bico tampado, comprimimos e expandimos o ar preso na seringa.
Após as duas experimentações, pedi que os alunos desenhassem o invisível. ou seja, que desenhassem um modelo para o que eles imaginavam que acontecia com as partículas do ar dentro dos recipientes usados.
Na turma 81 a primeira que fez a experiência, encheu pouco as bexigas,corrigi isso na turma 80 pesquisando em livros, assim aprendi que,usando tubos mais finos e água mais quente,o problema foi sanado.
0 que mais me fragilizou foram três alunos da turma 81 que não devolveram as bexigas ao final da aula. Fizeram brincadeiras que terminou com uma menina da sala recebendo pela janela da turma uma bexiga cheia de água. Conversei com os meninos uma semana depois, apesar que no primeiro instante fiquei bastante irritada. Dialoguei com eles mostrando o que acarretou a brincadeira a mim, aos colegas e a eles . Perguntei o que acrescentou a aprendizagem deles, eles não responderam ficaram pensando, o que eu não sei. Propus que eles parassem com as brincadeiras e até hoje 11 de agosto eles não mais fizeram algo parecido.
Outras aprendizagens foram construídas nesta atividade. Inicialmente tive uma pouco de preocupação, afinal iria pedir para desenhar o que eles não vêem, apesar de já ter feito isso em outra atividade. Depois pensei que ousar, até agora, sempre trouxe um aprendizado, seja para os alunos ou para mim.Apostei no exercício de criatividade e tive uma bela resposta dos alunos, que me ensinou a ver onde cada grupo de alunos está no aprendizado. Eles criaram modelos, através de cobrinhas, bolinhas, fluxo do ar com ranhuras ou nada desenharam por acreditar que não havia nada quando o tubo estava no frio ou a seringa destampada.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nomeando os elementos químicos

O texto a seguir foi retirado do Livro: “Tio Tungstênio - Memórias de uma infância química” de Oliver Sacks – Editora Companhia das Letras p. 66-67

Nesse livro, Oliver Sacks narra sua memória de infância, através da admiração por seu Tio Dave, o Tio Tungstênio assim chamado por ser fabricante de lâmpadas com esse metal. Nessa parte escolhida Oliver narra uma visita ao Museu de Geologia em Londres e o seu conhecimento sobre os nomes dos cristais e dos elementos químicos.


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000400030&script=sci_arttext

...”Muitos elementos haviam recebidos os nomes do foclore ou da mitologia, o que às vezes revelava um pouco de sua história. Cobalto provinha de kobold, um duende ou espírito mau; níquel origina-se de nickel, ou diabo; ambos eram termos usados por mineiros saxões quando os minérios de cobalto e níquel se mostravam traiçoeiros, não se prestando ao que se esperava deles. O tântalo suscitava visões de Tântalo atormentado no inferno pela água que se afastava toda vez que ele se curvava para bebê-la; li que esse elemento recebeu seu nome porque seu óxido era incapaz de “beber água”, ou seja, de se disolver em ácidos. O nióbio devia seu nome à filha de Tântalo, Níobe, porque esses dois elementos eram sempre encontrados juntos

Outros elementos tinham nomes retirados da astronomia. Havia o urânio, descoberto no século XVIII e batizado com o nome do planeta Urano; alguns anos mais tarde, o paládio e o cério ganharam seus nomes em homenagem aos asteróides recém-descobertos Palas e Ceres. O telúrio tinha um belo nome grego, e nada mais natural que, ao ser descoberto seu análogo mais leve, ele recebesse o nome de selênio, como a Lua.

Encantava-me ler sobre os elementos, como haviam sido descobertos, conhecer não só os aspectos químicos, mas também o lado humano do empreendimento; tudo isso, e muitas outras coisas, aprendi em um livro fascinante publicado pouco antes da guerra por Mary Elvira Weeks, The discovery of the elements. Nesse livro obtive uma vívida idéia da vida de muitos químicos, da grande variedade, e às vezes excentricidade, de caráter que eles encerravam. E ali encontrei citações de cartas de químicos antigos, que falavam dos momentos de empolgação e desalento no tateante caminho para suas descobertas, da ocasional perda de rumo , dos becos sem saída e da tão esperada concretização do objetivo.”...

Faça uma narrativa explicando o significado do seu nome e porque foi escolhido por seus pais. Depois conte se você descobrisse um novo elemento químico qual nome daria e por que.

Caracterizando os Elementos Químicos



Apropriei de uma idéia da Maria do Carmo Galiazzi de como produzir um jogo, tivemos essa conversa no EDEQ 2007 - Erechim. A proposta é propor a classificação dos elementos químicos para os meus alunos que a priori nunca viram uma tabela periódica.
No dia anterior eu pensei que não iria dar certo. Mas a proposta na turma 81 foi bem acolhida. Eles pensaram muito, ficaram bem concentrados. O mesmo aconteceu com a turma 80. Na verdade eles adoraram fazer isso.
Primeiro eu os lembrei da atividade da 6ª série, onde eles tinham que usar um critério para classificar diferentes botões. Na época eles usaram, número de furos, cor, material, tamanho e muitos outros.
Como entreguei a relação dos elementos com o número atômico, símbolo e nome. A grande maioria usou o critério ordem alfabética dos símbolos. Mas foram bem criativos na organização.
Depois vimos mais um filme da série do "Mundos Invisíveis" do Marcelo Gleiser no Fantástico.



domingo, 11 de maio de 2008

Questionário devo abolir?

No 3º encontro com a turma 80 fiz a leitura e o questionário mesmo que o pedido não tenha vindo da sala deles. Alguns alunos manifestaram contentamento com a atitude, depois reclamaram das perguntas que não estavam no texto.

Os Alquimistas e Cientistas

No 4º encontro com a turma 81 passei o filme dos Alquimistas e dos Remédios (da mesma série do Marcelo Gleiser). Problematizei a questão da necessidade de ouro e do elixir da longa vida, com a época histórica dos alquimistas e a relação com a época atual. Foi muito interessante ver esse movimento do pensar, do refletir, de um tentar completar o pensamento do outro e ao final chegar a uma conclusão que denomino provisória. Depois ouvimos a música do Jorge Ben Jor e falamos sobre a personalidade e os fazeres dos alquimistas. Depois eles escreveram: “Minha vida de Alquimista.”

No 2º encontro com a turma 80, apresentei os filmes sobre os Alquimistas, problematizei. Depois foi a música. Diferente da outra turma, eles riam e faziam caretas enquanto a música tocava, vi logo que não estava agradando, mas continuei com meu propósito. Não chamei a atenção deles pelo o que eles estavam fazendo.

O interessante foi quando eu pedi para fazer o texto, eles reclamaram muito, diziam que não entendiam que era complicado. Explique várias vezes, alguns faziam e vinham me mostrar, eu via que eles estavam falando da sua vida, não se imaginavam alquimistas. Falava para toda turma, explicava novamente que eles tinham que se imaginar alquimistas. Alguns pediam para eu iniciar o texto na lousa e depois eles continuariam, claro que não fiz isso!

Isso me intrigou, porque eles tiveram tanta dificuldade e a outra turma não, peguei os textos da outra turma e vi que somente 4 alunos de 25 falavam dos alquimistas...Minha decisão foi o seguinte, conversar individualmente com cada aluno e pedir para refazer o texto.

Os Alquimistas estão chegando

No 4º encontro com a turma 81 passei o filme dos Alquimistas e dos Remédios (da mesma série do Marcelo Gleiser). Problematizei a questão da necessidade de ouro e do elixir da longa vida, com a época histórica dos alquimistas e a relação com a época atual. Foi muito interessante ver esse movimento do pensar, do refletir, de um tentar completar o pensamento do outro e ao final chegar a uma conclusão que denomino provisória. Depois ouvimos a música do Jorge Ben Jor e falamos sobre a personalidade e os fazeres dos alquimistas. Depois eles escreveram: “Minha vida de Alquimista.”

No 2º encontro com a turma 80, apresentei os filmes sobre os Alquimistas, problematizei. Depois foi a música. Diferente da outra turma, eles riam e faziam caretas enquanto a música tocava, vi logo que não estava agradando, mas continuei com meu propósito. Não chamei a atenção deles pelo o que eles estavam fazendo.

O interessante foi quando eu pedi para fazer o texto, eles reclamaram muito, diziam que não entendiam que era complicado. Explique várias vezes, alguns faziam e vinham me mostrar, eu via que eles estavam falando da sua vida, não se imaginavam alquimistas. Falava para toda turma, explicava novamente que eles tinham que se imaginar alquimistas. Alguns pediam para eu iniciar o texto na lousa e depois eles continuariam, claro que não fiz isso!

Isso me intrigou, porque eles tiveram tanta dificuldade e a outra turma não, peguei os textos da outra turma e vi que somente 4 alunos de 25 falavam dos alquimistas...Minha decisão foi o seguinte, conversar individualmente com cada aluno e pedir para refazer o texto.

Encontros e desencontros

Na 2º encontro da aplicação da UA com a turma 81, falei do tema gerador, mostrei o filme “Do que tudo é feito?” fiz a mesma problematização que fiz na 80, eles se colocaram pouco, eu ainda os acho sem muito envolvimento com a UA, não consigo entender porque?

Por motivo de organização da escola, houve o pré-conselho, o 2º encontro com turma 80 passou para a semana seguinte.

No 3º encontro com a turma 81, planejei trabalhar com o filme do Marcelo Gleiser sobre os alquimistas, mas ainda devido ao pré-conselho, não pude usar a sala de vídeo. Como alguns alunos pediram questionário, decidi usar o livro didático adotado na escola para assim treinarmos a leitura e fiz algumas perguntas que não estavam no texto e sim relacionadas ao texto. A leitura foi sobre o que é química e suas utilizações em diversas áreas.

Modelos Invisíveis

A mesma atividade na turma 80 foi diferente o desenvolvimento e a reação dos alunos. Coloquei a mesma frase na lousa, eles ficaram em silêncio, apesar da provocação eles não queriam falar. Depois de um tempo eles arriscaram o conceito de matéria, eu fiz a mesma problematização do ar e da cadeira.Como não tinha ficado satisfeita com o andamento da atividade dos modelos invisíveis com as caixas, nessa turma iniciei com o filme de 8 minutos, intitulado “Do que tudo é feito?” do Marcelo Gleiser que passou no Fantástico. O filme de uma forma bem didática mostra o pensamento filosófico sobre a constituição da matéria de Tales, Heráclito, Leucipo, Demócrito e Aristóteles o interessante é que ele faz uma relação com a tecnologia moderna, isso mostrado no Japão onde a população é apaixonada pelo Hi Tech e exemplificado com robôs. Após o filme dialogamos sobre a tecnologia e o tema gerador da UA, telefones celulares, eles gostaram muito.Também sobre a construção de rôbos para conversar com idosos e a questão da afetividade.Problematizei o porquê de Tales pensar na água e Aristóteles no fogo. Eles relacionaram ao que é visto, foi bom porque relacionei com a atividade das caixas.

Perguntei: Vocês ficaram satisfeitos com os conceitos apresentados sobre “Do que tudo é feito?”

Eles disseram que não. Assim tive mais um conceito para relacionar com a atividade das caixas. Essa turma se organizou bem em grupos. Mostraram muito mais atenção, curiosidade e vontade de fazer a atividade. O que os indignava era saber que as caixas não seriam abertas e que eu não iria perguntar para as meninas que fizeram o que tinha dentro.

Diferente da outra turma os alunos estavam concentrados no que faziam, quase não precisei fazer perguntas para que eles pensassem na atividade, eles dialogavam bastante entre si, perceberam sozinhos a necessidade do uso da percepção do som e do tato. Acredito que o filme e a exposição de qual era o tema gerador fez essa turma se envolver mais na atividade.

Do que tudo é feito?



Iniciei no dia 22 de abril com a turma 81. Quando cheguei, a curiosidade foi muita, pois eu estava com uma sacola cheia de caixas pretas e eles fizeram muitas perguntas, mas decidi não falar nada.

Cabe colocar que nesse horário de aula eu preciso levá-los a merenda, no CAIC ela é separada do recreio. A aula inicia as 9h30 min, mas preciso levá-los para merendar por 15 minutos, não me agrada essa organização, mas vejo que para o andamento da escola é bom. Essa questão da merenda no início da aula faz com que os alunos voltem para a sala, dispersos sem vontade de estudar, afinal, mais 30 minutos já é o recreio.

Mesmo assim resolvi apostar no início da UA. Enquanto eles iam entrando na sala, escrevi na lousa bem grande: DO QUE TUDO É FEITO?

No início eles não percebiam nada, depois falavam: o que é isso professora? É para copiar? É matéria nova?...

Eu, quieta! Só esperando. Percebi que esse meu silêncio fez com eles percebessem que algo diferente ia acontecer, mesmo porque as caixas aguçavam muito a curiosidade.

Pouco a pouco começaram a me olhar com rostos de interrogação (acho que foi após uns 5 minutos), eu fiz a pergunta da lousa, muitos quiseram falar, mas junto com outro, eu pedi organização, assim alguns foram falando: matéria...peso...massa... Gostaria de ressaltar que por demorar em criar a UA, dei o conceito de matéria para eles.

Disse que não estava errado, mas perguntei: O ar é matéria então porque é diferente da cadeira que também é matéria?

Eles ficaram pensando, um bem sabido disse: tem a ver com as caixas pretas de presente que vamos ganhar?

Eu disse que sim, mas que eles não iriam ganhar, eram emprestadas e que era para uma atividade.

Expliquei a atividade, eles se separaram em grupos, alguns não queriam se agrupar eram duas duplas e um aluno, eu não interferi sempre acho que eles têm que resolver essa questão sozinhos. Distribuí as caixas para os grupos, sobrou só uma caixa e não daria para dividir em três, eles acabaram se juntando e foram bem depois.

No início eles queriam adivinhar o que tinha dentro, indaguei se era isso que queríamos aos poucos cada grupo foi pensando e chegando a boas conclusões, sobre o som conforme o movimento da caixa, sobre o que sentiam pelo tato, e várias outras. Eles escreveram sobre isso.