sábado, 24 de janeiro de 2009

Exame? Recuperação? Retomada dos Conteúdos?

Chegando ao final do ano letivo, aqui no Rio grande do Sul tem o exame. Em São Paulo temos a recuperação. Minha reflexão é: são parecidos ou não? Vejo que tem pontos convergentes e divergentes. O exame recupera nota, tem cálculos diferentes conforme a escola, digo isso com base na minha experiência no CTI e no CAIC. Isso me incomodou muito, pois já elaborei exames onde o aluno fez corretamente 80%, 70%, 60% da prova, mas conforme o cálculo não passaria. Confesso que como acredito que o aluno mostrou sua aprendizagem, usei um subterfúgio, não reprovei. Desconsiderei assim a nota em detrimento da aprendizagem. Reprovar por causa de números vai contra tudo que acredito em educação libertadora, emancipatória e crítica.

Em São Paulo a denominação é recuperação que pode ser através de provas (como no exame) ou quaisquer outros instrumentos de avaliação. Como não era nota e sim conceito, ficava muito mais fácil perceber a aprendizagem e decidir pela aprovação e reprovação. Por sinal avaliação, aprovação e reprovação merecem uma reflexão profunda. No início desta proposta os Pais e Professores reclamavam muito, mas a assimilação foi rápida, é muito mais educativo e pedagógico a análise da aprendizagem do que a nota numérica.

Por que toda essa reflexão inicial?

Porque de aproximadamente 50 alunos, 7 ficaram em recuperação. Isso me fez refletir bastante. A Unidade de Aprendizagem, usou e abusou dos conteúdos conceituais e também dos procedimentais e atitudinais. As perguntas que eu me fazia eram: Por que eles não conseguiram o nota para aprovação direta (sem exame)? Onde falhei? Onde eles falharam? É um "furo" na Ua?

Comecei analisando as questões individuais. Alguns alunos entraram no meio do ano, com a UA em andamento. Assim, penso que foi uma questão de adaptação. Outros não tiveram durante a UA uma postura de aprendizagem, não estavam abertos para aprender. A escola para estes alunos era somente um bom local de lazer. Também tiveram casos de dificuldade de aprendizagem, que vai além da sala de aula. Inclusive apontado no Conselho de Classe final para acompanhamento de outro profissional (psicólogo, médico, fonoaudiólogo).

Pensando na UA, sei que ela não é perfeita. Precisei reavaliar muitas vezes as atividades, ela nunca será ideal, mas por estar encantada com os resultados da grande maioria dos alunos, não consigo enxergar qual é o "furo" aqui. Isso vai demandar ainda muita reflexão.

Para elaborar o exame levei em conta toda a aprendizagem que a UA produziu, as experimentações, as discussões, as interpretações, os exercícios de escrita, a postura crítica, o diálogo e tudo que isso repercutiu, como a autonomia, a colaboração, o respeito, a alteridade, a responsabilidade e tudo mais que não consegui avaliar.

As questões foram elaboradas para que os alunos, por exemplo, colocassem sua opinião sobre determinado assunto que havia sido discutido em aula. Assim poderia mostrar qual a aprendizagem desse aluno ao opinar e ouvir o outro.

O exame ficou assim:

1) Qual a diferença entre massa e peso?

2) Qual o volume ocupado por 39,5g de ferro? Densidade do ferro = 7,9g/mL

3) Imagine que um colega te peça que descubra entre dois tipos de madeiras qual é mais densa. Ele te dá duas amostras, com o mesmo volume, de cada material e uma vasilha com água. Como você resolveria o problema?

4) O filosofo Tales há muito tempo atrás fez uma pergunta: “Do que tudo é feito?” Com as informações que você tem hoje responda essa pergunta.

5) Esta figura representa um modelo da molécula da água. Por que para determinados assuntos científicos elaboramos modelos?

6) Com a descoberta das partículas (elétrons e prótons) dos átomos muito se avançou no conhecimento sobre eletricidade. A partir desse conhecimento explique o movimento, o fluxo da carga elétrica num circuito elétrico.

7) Isaac Newon ao decompor a luz verificou que ela é policromática. Nós também fizemos essa experiência com o prisma. O que ocasiona a emissão de luz?

8) Geralmente, os filmes que reproduzem guerras no espaço carregam nos efeitos sonoros dos bombardeiros, dos choques entre naves espaciais. Qual o fato de conhecimento científico relativo a propagação do som que os diretores de efeitos sonoros desses filmes desconsideram?

9) Um imã atrai um pedaço de ferro. É correto afirmar que o ferro também atraí o imã? Explique.

10) Como é que dois corpos se tornam eletrizados pelo atrito?

11) Daniela vestiu uma blusa onde havia o seu nome escrito. Ao chegar em frente ao espelho ela ficou admirada com a imagem de seu nome refletida no espelho. Qual dessas imagens é que ela viu no espelho? Por que isto ocorre?


12) Há dois tipos de carga elétrica, as negativas (-) e as positivas. Esse fenômeno ocorre com os pólos norte + e sul – de um ímã onde as forças magnéticas atuam mais intensamente. Quando ocorre a atração e quando ocorre repulsão entre ímãs?
13) Por que o astrônomo Carl Sagan disse que somos “Poeira das Estrelas”?

14) Quais princípios físicos que envolvem a produção de sons e imagens no telefone celular?

15) Explique a relação do consumo dos telefones celulares e a produção do lixo tecnológico.


A primeira e a segunda questões referem-se aos conteúdos trabalhados antes da construção da UA. Pensei que se a dificuldade destes alunos fosse em relação a UA eu poderia perceber isso nessas questões, mas isso não aconteceu.

O que aconteceu é que nenhum dos alunos em exame conseguiram a nota, mas ao analisar a aprendizagem, percebi que alguns deles mudaram sua postura e refletiram sobre o aprendizado. Outro fator foi que alguns alunos somente ficaram em exame na disciplina de Ciências analisando essas questões, minha reflexão é que a avaliação deveria ser analisada qualitativamente. Assim, dos 7 alunos somente 2 não foram aprovados.
Acredito que isso demonstra mais uma vez que a UA alcançou seus objetivos proporcionando o exercício da cidadania, a leitura de mundo e a reflexão crítica.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Feira Tecnológica

Para finalizar a Unidade de Aprendizagem, pensei em atividades que apostam na escrita, na interpretação, na reflexão, na criticidade e na abordagem CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade)relacionado a todo processo de ensino-aprendizagem e construção do conhecimento produzido na UA.

A proposta foi um trabalho em grupo, em duas partes. Uma de escrita onde os alunos produziram textos, com orientação para a formatação. Os itens sugeridos para a escrita foram:
Os princípios físicos que envolvem a produção de sons e imagens; Questionamento a respeito do que fazer com o “lixo tecnológico” gerado;Indicação das vantagens e desvantagens quanto ao uso, preço (custo-benefício), acesso ao maior número de pessoas, etc.

A segunda proposta era a produção de uma Feira Tecnológica com os seguintes itens: Construir um protótipo (pode ser desenho ou feito em papel) que demonstre o princípio de funcionamento dos celulares, com materiais alternativos e menos poluente ao ambiente; Elaborar um manual simples e prático para um usuário que ainda desconhece a tecnologia; Produzir uma propaganda do celular com fotos, filmes ou outro recurso que quiserem usar.

Disse aos alunos que eles iriam trabalhar sozinhos, mas em todos os momentos eu estava presente, como mediadora e orientadora. Pedia para refazer os trabalhos quando:
. Lia a produções textuais e percebia que eram cópias da internet ou estavam sem clareza;
. Chamava a atenção para que os materiais usados para a construção do aparelho celular fossem menos poluentes;
. O Manual não tinha a clareza necessária para um usuário que não conhece a tecnologia.

Fazia contribuições para as necessidades do desenvolvimento de cada etapa da atividade. Com relação as propagandas a maioria foram filmadas, somente um grupo decidiu pela apresentação no "PowerPoint".

A Feira tecnológica não aconteceu, era fim do ano letivo, as turmas são de 8ª série, assim a preocupação maior eram notas, formatura e viagem. Não fiz essa previsão e não tivemos espaço e tempo para apresentar a Feira. Como vou colocar todos os trabalhos aqui, acredito que esse espaço seja a apresentação para a comunidade local, regional e global. Gostei do envolvimento da grande maioria dos alunos nas atividades. Muitos verbalizaram que gostaram das atividades e que estavam aprendendo muito. Uns poucos, na verdade um aluno, manifestou que as atividades eram difíceis, por exigir que ele pensasse muito(palavras dele). O colega que estava no mesmo grupo não tinha a mesma manifestação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A História das Coisas

Apesar de toda discussão com as propagandas, muitos alunos ainda defendiam o consumo da nova tecnologia do celular. Então pensei em continuar a discussão sobre consumo, para isso usei a História das Coisas, um filme norte americano que discute o consumo. Consegui o filme dublado que faz uma grande diferença na discussão posterior, os alunos não gostam de ler legendas. Mas acredito que aos poucos é necessário o uso de filmes legendados, é mais uma forma de aprendizagem.
A discussão após o filme foi entorno das questões de consumo, geração de lixo eletrônico e a sociedade capitalista de consumo.
Com as informações que obtive dos alunos preparei a última atividade.

Consumo consciente

As atividades que vou relatar agora estão relacionadas a discussão sobre consumo. Nessa atividade pensei em utilizar propagandas de telefones celulares e das suas operadoras. Já havia usado propagandas na Unidade de Gases Refrigerantes no PROEJA do CTI e foi muito bom na relação ensino-aprendizagem, vou tentar agora com os adolescentes, lá foram com os jovens e adultos, com certeza será diferente.
Selecionei as propagandas conforme o que pensei ser interassente para a discussão de consumo. Na primeira um casal flerta no sofá usando o celular, pois os filhos estão próximos. Os alunos acharam natural mesmo tão próximos, o casal mandar mensagens pelo celular, para que os filhos não percebessem a intenção do casal. Minha problematização foi a seguinte: "Quando não havia o celular os casais então não fletavam?". Os alunos acabaram dizendo que sim só que de outra forma. Problematizei novamente: "É realmente necessário uso de celular para esse fim, em casais que estão próximos fisicamente?". Eles acabaram chegando a conclusão que a propaganda faz ter o desejo de ter o celular para se ter privacidade.



As próximas discussões que pensei, foram relacionadas ao público alvo das propagandas. Como já haviamos chegado a conclusão que as propagandas provocam desejos para quem são direcionados esses desejos. As direcionadas ao público jovem sempre tem música, baladas, jogo rápido de camêra (dando sentido de grande movimento) e esportes radicais. Para o público feminino, características românticas inclusive com casal de crianças, que acabamos concluindo tem dupla finalidade, o consumo feminino e das próprias crianças. Numa das propagandas um rapaz pedi a namorada em casamento usando o celular descendo de páraquedas, as meninas suspiraram ao ver, perguntei aos meninos se gostaram daquela propaganda, ou se ela chamava a sua atenção. Nenhum dos meninos disse que chamava atenção, disseram que não desgostaram, foi efêmera. Levantei a discussão de que a propaganda mostrava o desejo feminino e não o masculino.














As últimas propagandas que usamos para discussão foram uma que ironiza o papel do celular, mostrando em diversas situações, sendo usado com aquecedor, prensa de lanche, fax, secador de cabelos, ferro de passar roupas entre tantos outros. Foi uma maneira fácil dos alunos perceberem o quanto a tecnologia quer "simplificar" a vida do usuário, através da pretensão de que o uso de um aparelho originalmente somente para a comunicação entre as pessoas, passa a ter várias utilidades.


Por fim passei uma propaganda da antiga TELESP (São Paulo), que mostra um orelhão morrendo por ter sido depredado. A discussão foi riquíssima, girando em torno da função dos telefones, respeito ao bem público, ao porque o consumo de celular é maior que ao do telefone fixo, taxas de telefonia.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Cantando e Aprendendo

Antes mesmo de terminar o conteúdo conceitual SOM, já estava pensando em iniciar a discussão sobre a função da comunicação, as características tecnológicas do telefone celular, análise das propagandas de celulares, enfim aprofundar a questões relativas ao tema gerador desta Unidade de Aprendizagem, TELEFONE CELULAR.
Comecei procurando poesias, músicas, textos em revistas e livros, pois pensei em trabalhar com interpretação. Estava com dificuldade, então decidi pesquisar em livros didáticos. Acabei achando na Coleção "Ciência e Sociedade - 8" de Odete Gasparello Bertoldi e Jaqueline Rauter de Vasconcellos da Editora Scipione, 2005, a música de Gilberto Gil de 1992 Parabolicamará. A melodia é música de capoeira, o título une a palavra parabólica com a palavra camará a maneira que os jogadores de capoeira escolheram para chamar seus parceiros, camaradas, enquanto dançam e cantam. A letra relaciona o tamanho do planeta e a comunicação, seja pelas antenas parabólicas, avião, onda luminosa, relacionando a evolução tecnológica com o antigo, como sempre tem o berimbau e o ritmo de capoeira que nos dá a sensação de roda, de movimento. Pode se acessar a letra e ouvir a música na página oficial do compositor.
Ouvimos a música acompanhando a letra, os alunos não se motivaram a cantar, minha avaliação é que eles não se apropriaram dessa cultura da capoeira. Mas sempre acredito que é importante eles conhecerem outras formas de músicas, não trabalhar somente com as que eles gostam de ouvir.Discutimos a letra e o que ela propõe, foi muito bom teve um grande envolvimento. Depois, sugeri que respondessem as questões propostas pelo livro que perguntava sobre a mudança do tamanho do mundo proporcionado pelas comunicações, relacionar a antena parabólica com o tamanho do mundo, a comparação entre a tecnologia e os costumes mais antigos do nosso povo e a reflexão sobre o título da canção. Propus também uma produção textual onde os alunos relacionassem as Comunicações e as Fronteiras do Mundo.
Fizemos uma nova discussão após as respostas das questões e a produção textual. Gostei do resultado pois notei que os alunos entenderam que a tecnologia encurta as distâncias e quebra fronteiras. O que preciso aprofundar é a questão do "consumo excessivo" pois a manifestação dos alunos foi a de ter acesso a todas as tecnologias, inclusive ressaltaram a importância de se trocar constantemente de telefones celulares para estar sempre "high tech".
Com essas informações fica fácil preparar as próximas atividades.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Som

Minha reflexão sobre o conteúdo SOM, partiu da fase dos meus alunos, a adolescência, afinal a produção do som seja nas conversas ou nas músicas é essencial para a caracterização da oscilação entre a vida adulta e a infantil. As músicas podem diferenciar grupos; caracterizar a vestimenta e seus acessórios, como bonés, lenços e faixas no cabelo; desenvolver diferentes formas de dançar; promover crítica social; supervalorizar a sensualidade e mais um universo sociocultural. As indústrias de aparelhos celulares têm essa informação e investem tecnologicamente cada vez mais no aparelho para baixar, ouvir e digitalizar músicas, sintonizar rádios, permitir o acesso às novas tecnologias MP3, MP4 e várias outras. Nas propagandas destes aparelhos voltadas para os jovens privilegia a comunicação rápida e necessária à idade, para paquerar, namorar, fofocar e mais uma série de atrativos irrecusáveis na adolescência.
Essa é minha percepção, mas gostaria de saber quais as informações e saberes que os alunos têm sobre o Som. Pedi para que respondessem perguntas sobre a produção da voz humana e dos sons em instrumentos musicais; sobre o meio (sólido, liquido e gasoso) de propagação do som e refletissem sobre a velocidade da luz e do som, pensando nos raios e trovões.
Ao obter as respostas, percebi que poucos haviam refletido sobre algo que eles gostam e priorizam tanto e que os alunos tinham pouca ou nenhuma informação, mas que ficaram curiosos em se apropriar deste conhecimento.
Partindo do que os meus alunos me mostraram, novamente pensei nas experimentações. Para iniciar pedi a um aluno que de costas ouvisse seu nome dito pelos colegas, ele devia dizer quem era o colega. Nessa atividade discutimos timbre, altura e reflexão do som. Discutimos também a produção, recepção, transmissão e interpretação da mensagem, pois muitos alunos por não conversarem com alguns colegas não reconheciam a sua voz.
Batemos nas mesas com as orelhas coladas, para sentir a vibração. Discutimos a questão de filmes que mostram essa técnica, eles me falaram do filme “Missão Impossível”. Eu falei dos filmes de Bang Bang, fora da realidade deles, mas como parte da minha geração. Esse confronto foi bom para trocarmos informações e conhecimentos, mesmo eles zombando da minha idade.
Outra experimentação foi para mostrar que mesmo não enxergando as ondas sonoras elas se propagam em diferentes meios como o ar. Usei um plástico com açúcar encima preso com elástico a uma lata, batia na tampa da lata a certa distância e o açúcar movia. Pedi que ao produzirem o texto após as experiências novamente desenhassem as ondas. Agora eles não reclamam mais em desenhar o invisível, minha reflexão é que já perceberam que existem modelos. Acho isso ótimo, pois é um dos objetivos da UA, que eles entendam a construção de modelos para o que é invisível aos nossos olhos.
Depois usei uma mola de plástico de brincadeira infantil, como uma mola “Slinky” para mostrar as perturbações e os fenômenos ondulatórios. Para mostrar a perturbação na mola, fomos todos para a escada interna da escola, os alunos fizeram muito barulho, normal quando se está construindo conhecimento, eles aplaudiram, falavam muito, riam, estava realmente divertida a experimentação. Apareceram na escada o André diretor do CAIC e o Saul, administrador, percebi que quando viram que era aula não se incomodaram, até participaram, mas avaliei que poderia atrapalhar as outras aulas, assim na outra turma (80) eu fiz a atividade no pátio.
Os alunos ficaram entusiasmados com as experiências, discutiram bastante, relacionaram com as questões cotidianas, fizeram muitas perguntas. Uma dessa perguntas foi do aluno Rodolfo, o porquê se ouve diferente o som da sirene quando o carro está próximo e longe. Falei sobre o efeito Dopller, os outros alunos se interessaram e demonstraram que não haviam percebido essa variação e não entendiam minha explicação. Minha sugestão foi fazer experiência na outra aula, pedi a uma aluna a Shaiana que vem a escola de bicicleta para não faltar (como de costume) pois precisaria dela e da sua bicicleta.
No dia marcado os alunos das outras turmas já sabiam que íamos fazer uma atividade e me cobravam que fizesse com eles. Eu já ia fazer, eles são ansiosos por novidades, mas eu também sou!
A Shaiana veio, pedi um apito emprestado ao prof. Claudinei de Educação Física, e ao lado do CEAMECIM, nós nos posicionamos no meio do caminho, a aluna vinha na bicicleta do lado Caic até a direção do ponto de ônibus. Primeiro devagar apitando, depois depressa e deu para perceber claramente a diferença quanto aos sons agudos ao se aproximar e graves ao se afastar.
O aluno Jéferson filmou com a máquina digital, mas infelizmente por algum erro meu ao passar para o computador sumiu e eu não consegui recuperar. As fotos da turma 80 ficaram com o Péricles na bicicleta. Fiquei bem chateada com essa problema tecnológico. O que compensou foi que os alunos gostaram muito da atividade e entenderam o efeito Dopller.
Na turma 80 o envolvimento com a atividade não foi tanta quanto à turma 81, acredito que essa diferença se deva a idéia de fazer a atividade surgiu da dúvida de um aluno que se expandiu para a curiosidade coletiva da turma.

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Magnetismo

Pensando ainda no tema gerador "Telefones Celulares” e para reforçar os conteúdos conceituais, pensei em aprofundar o conceito de magnetismo. Percebia ainda certa fragilidade neste conceito por alguns alunos. Lembrei de um filme da Superinteressante Coleções da série "Entenda seu Mundo" o Entenda o Magnetismo - A força invisível. Assim continuaria trabalhando com modelos invisíveis, mas com uma característica mais marcante que os modelos atômicos, pois podemos sentir muito mais os efeitos dessa força. Escolhi esse filme por que ele é muito didático e provocativo ele inicia mostrando a relação cotidiana que temos com o magnetismo e o quanto dependem atualmente desta força invisível nos diversos aparelhos que temos em casa. Através das questões históricas, científicas e tecnológicas o filme aborda:
A descoberta da magnetita;
As atribuições dadas pelos homens ao processo curativo da magnetita;
A direção dos campos magnéticos e a localização espacial pela bússola;
A relação com os modelos atômicos e as características dos metais;
A constituição das camadas magnéticas na geologia;
O biomagnetismo desde os seres vivos microscópicos até aves que possuem a característica de se localizarem pelos campos magnéticos;
O uso do termo magnetismo como sinônimo de simpatia e fama;
As características do eletromagnetismo;
As possibilidades tecnológicas atuais e futuras do uso do magnetismo.

Após vermos o filme, esclarecer as questões levantadas, debatermos sobre as características do magnetismo pedi aos alunos uma produção textual com o título "O magnetismo na minha vida". O que mais os alunos abordaram foi o magnetismo nos eletrodomésticos e o levantado no enredo de forma metafórica que é a atração entre os seres humanos. Analiso a questão da atração, pela fase dos alunos, adolescentes na idade de 14 e 18 anos estão muito mais preocupados com namoros e as sensações pouco explicáveis das explosões hormonais. Pensei em problematizar essas questões, mas avaliei que sairia do planejando nessa Unidade de Aprendizagem e o CAIC através da área da saúde já estava com um projeto para discutir a sexualidade, assim desisti da idéia.
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Espelhos e Lentes

Ainda no conteúdo ÓPTICA, pensei em trabalhar alguns experimentos. Iniciei por espelhos e lentes, possibilitando a discussão de alguns conceitos como luz, fontes de luz, reflexão, refração, dispersão e conceitos como translúcido, opaco e transparente. Percebi que esses tipos de fenômenos chamam a atenção dos alunos. Eles fizeram variadas perguntas, quase sempre relacionadas a curiosidades e os experimentos acabam respondendo na prática essas inquietações da produção do conhecimento. Gosto disso, fico satisfeita com minha função de professora nestes momentos. É bom sentir essa explosão de saber, fazer, sentir, aprender que a ao meu ver só acontece na sala de aula. Acaba assim reforçando o por quê eu gosto tanto de trabalhar na área da Educação. É prazerosa a sensação de aula de mão dupla, onde a movimentação é a de aprender e ensinar.
Nessa atividade retomei o que havia feito na atividade experimental anterior (eletrização) onde para registrar a aula dei a máquina fotográfica para alguns alunos. Inicialmente somente com a função do registro não tinha me dado conta do quanto isso é riquíssimo. Quando vi as fotos percebi o quanto é importante o olhar do aluno. Muitos querem fazer as fotos, outros não ligam, mas o importante é a perspectiva que ele tem em relação a aula que dá para perceber pelos registros fotográficos ou escritos, como o pedido após essas experimentações. Interessante também que a grande maioria não tem máquina fotográfica, eu mesma só adquiri uma digital no mês de Maio. Assim, os alunos também acabam conhecendo uma nova tecnologia que não está tão distante, afinal a maioria dos celulares deles tem câmera digital, sendo mais uma forma de conhecer o mundo tecnológico que os fascina e só conhecem por propagandas ou pela massificação das mídias na nossa sociedade liberal que se aclama como igualitária.
Foi interessante também ver os alunos que conhecem, têm e/ou utilizam máquinas digitais ensinando os que estão usando e não têm domínio do uso. Novamente vejo a função da educação no aprender com o outro que não é necessariamente a professora. Nesta fase do processo de ensino aprendizagem, uma das turmas fez um filme na máquina digital (eu por exemplo não tinha usado ainda este recurso), outra maneira de mostrar o olhar dos alunos.
Outra proposta nesta atividade foi em relação ao texto produzido após as experimentações, desta vez pedi para que eles relatassem os experimentos (lentes e espelhos) e colocassem suas compreensões, observações e entendimentos. Depois entreguei o livro "Construindo Consciências- 8ª série" organizado pelo Grupo APEC (Ação e Pesquisa em educação em Ciências, de Minas Gerais) da Editora Scipione, pedi que comparassem o relato feito por eles com os conceitos apresentados no texto do livro. Com essa comparação fizessem um novo relato indicando o que era coincidente com o que haviam escrito primeiramente, o que era novo e o que era conflitante. Muitos copiaram do livro, eu lia e pedia para refazer enfatizando a importância da construção de um novo texto. Os alunos manifestaram após esse exercício a importância de ler, reler, comparar, escrever e reescrever.

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