terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Som

Minha reflexão sobre o conteúdo SOM, partiu da fase dos meus alunos, a adolescência, afinal a produção do som seja nas conversas ou nas músicas é essencial para a caracterização da oscilação entre a vida adulta e a infantil. As músicas podem diferenciar grupos; caracterizar a vestimenta e seus acessórios, como bonés, lenços e faixas no cabelo; desenvolver diferentes formas de dançar; promover crítica social; supervalorizar a sensualidade e mais um universo sociocultural. As indústrias de aparelhos celulares têm essa informação e investem tecnologicamente cada vez mais no aparelho para baixar, ouvir e digitalizar músicas, sintonizar rádios, permitir o acesso às novas tecnologias MP3, MP4 e várias outras. Nas propagandas destes aparelhos voltadas para os jovens privilegia a comunicação rápida e necessária à idade, para paquerar, namorar, fofocar e mais uma série de atrativos irrecusáveis na adolescência.
Essa é minha percepção, mas gostaria de saber quais as informações e saberes que os alunos têm sobre o Som. Pedi para que respondessem perguntas sobre a produção da voz humana e dos sons em instrumentos musicais; sobre o meio (sólido, liquido e gasoso) de propagação do som e refletissem sobre a velocidade da luz e do som, pensando nos raios e trovões.
Ao obter as respostas, percebi que poucos haviam refletido sobre algo que eles gostam e priorizam tanto e que os alunos tinham pouca ou nenhuma informação, mas que ficaram curiosos em se apropriar deste conhecimento.
Partindo do que os meus alunos me mostraram, novamente pensei nas experimentações. Para iniciar pedi a um aluno que de costas ouvisse seu nome dito pelos colegas, ele devia dizer quem era o colega. Nessa atividade discutimos timbre, altura e reflexão do som. Discutimos também a produção, recepção, transmissão e interpretação da mensagem, pois muitos alunos por não conversarem com alguns colegas não reconheciam a sua voz.
Batemos nas mesas com as orelhas coladas, para sentir a vibração. Discutimos a questão de filmes que mostram essa técnica, eles me falaram do filme “Missão Impossível”. Eu falei dos filmes de Bang Bang, fora da realidade deles, mas como parte da minha geração. Esse confronto foi bom para trocarmos informações e conhecimentos, mesmo eles zombando da minha idade.
Outra experimentação foi para mostrar que mesmo não enxergando as ondas sonoras elas se propagam em diferentes meios como o ar. Usei um plástico com açúcar encima preso com elástico a uma lata, batia na tampa da lata a certa distância e o açúcar movia. Pedi que ao produzirem o texto após as experiências novamente desenhassem as ondas. Agora eles não reclamam mais em desenhar o invisível, minha reflexão é que já perceberam que existem modelos. Acho isso ótimo, pois é um dos objetivos da UA, que eles entendam a construção de modelos para o que é invisível aos nossos olhos.
Depois usei uma mola de plástico de brincadeira infantil, como uma mola “Slinky” para mostrar as perturbações e os fenômenos ondulatórios. Para mostrar a perturbação na mola, fomos todos para a escada interna da escola, os alunos fizeram muito barulho, normal quando se está construindo conhecimento, eles aplaudiram, falavam muito, riam, estava realmente divertida a experimentação. Apareceram na escada o André diretor do CAIC e o Saul, administrador, percebi que quando viram que era aula não se incomodaram, até participaram, mas avaliei que poderia atrapalhar as outras aulas, assim na outra turma (80) eu fiz a atividade no pátio.
Os alunos ficaram entusiasmados com as experiências, discutiram bastante, relacionaram com as questões cotidianas, fizeram muitas perguntas. Uma dessa perguntas foi do aluno Rodolfo, o porquê se ouve diferente o som da sirene quando o carro está próximo e longe. Falei sobre o efeito Dopller, os outros alunos se interessaram e demonstraram que não haviam percebido essa variação e não entendiam minha explicação. Minha sugestão foi fazer experiência na outra aula, pedi a uma aluna a Shaiana que vem a escola de bicicleta para não faltar (como de costume) pois precisaria dela e da sua bicicleta.
No dia marcado os alunos das outras turmas já sabiam que íamos fazer uma atividade e me cobravam que fizesse com eles. Eu já ia fazer, eles são ansiosos por novidades, mas eu também sou!
A Shaiana veio, pedi um apito emprestado ao prof. Claudinei de Educação Física, e ao lado do CEAMECIM, nós nos posicionamos no meio do caminho, a aluna vinha na bicicleta do lado Caic até a direção do ponto de ônibus. Primeiro devagar apitando, depois depressa e deu para perceber claramente a diferença quanto aos sons agudos ao se aproximar e graves ao se afastar.
O aluno Jéferson filmou com a máquina digital, mas infelizmente por algum erro meu ao passar para o computador sumiu e eu não consegui recuperar. As fotos da turma 80 ficaram com o Péricles na bicicleta. Fiquei bem chateada com essa problema tecnológico. O que compensou foi que os alunos gostaram muito da atividade e entenderam o efeito Dopller.
Na turma 80 o envolvimento com a atividade não foi tanta quanto à turma 81, acredito que essa diferença se deva a idéia de fazer a atividade surgiu da dúvida de um aluno que se expandiu para a curiosidade coletiva da turma.

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